quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Fernando de Noronha - Salvador

Esta minha última perna seria de aproximadamente 670 milhas (1300 Km). Mal suspendemos a âncora e já colocamos na água as linhas+iscas para tentar pescar algo. Afinal se não pescássemos em Noronha não iríamos pescar em lugar algum. Depois de muitos ataques de pequenas barracudas que infelizmente não conseguimos fisgar, quando nos afastamos das ilhas entrou um belo bonito que virou um gostoso sashimi e um cozido no vapor enrolado no papel alumínio.

Nesse primeiro dia o papo girou em torno do filme que vimos na noite anterior. Aliás nossos papos a bordo sempre foram muito bons, animados e de alto astral. Isso foi essencial para manter um ótimo ambiente a bordo.

Esse trecho fizemos em 4 dias, a maior parte velejando, com mar calmo.
A pescaria teve boa, apesar de ter conseguido embarcar somente um bonito e uma cavala, mas tivemos boas brigas - perdidas - com dourados e até com um tubarão de cerca de 1,5m.

Teve uma noite que observamos uma fosforescência muito diferente na água. Saiam por debaixo da popa do barco umas bolas brilhantes que logo "explodiam" liberando uma quantidade de luz incrível... nunca tinha visto nada parecido... e em meio essa fosforescência vieram alguns golfinhos nadando ao redor e eles pareciam torpedos de luz, riscando o mar escuro.

Tinha trazido a bordo e era para ser montado antes, mas somente nesse trecho deu pra fazer. Montei um CD-Sextant. Tinha visto um how-to na internet e juntei algumas peças de lego, cortei 2 espelhos e acabou que deu pra montar. Tiramos algumas alturas na passagem meridiana do sol e como exercício foi legal, mas ainda tenho que dar uma aferida nele.

A boa notícia que o Bob recebeu por telefone foi que o dono e 2 amigos embarcariam em Salvador. Estava resolvida a questão...
Na penúltima noite passamos por um campo de exploração de petróleo, entre dois navios-plataformas. Nos chamaram no rádio alertando para que mantivéssemos uma distância mínima de 500 m das instalações. Pessoal gente boa, ainda puxaram um papinho querendo saber o que estávamos fazendo, ofereceram ajuda caso precisássemos, etc...

Por volta das 13 h do dia 14 de novembro avistamos o Farol da Barra de Salvador. A viagem estava chegando ao fim, com um sentimento bom de missão cumprida e de ter conseguido realizar um sonho antigo de fazer uma longa viagem de veleiro.

Às 16h encostamos no pier da Bahia Marina e a minha mais longa (até agora) velejada chegou ao fim...

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