terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cozinhando a bordo - Broto de Feijão - moyashi - "mung beans"




Quando se passa uma temporada a bordo, viajando, conseguir vegetais frescos nem sempre é facil. Uma maneira bastante utilizada é o brotamento de sementes. Costumo fazer com sementes de moyashi (broto de feijão) que pode ser adquirido nas lojas de produtos orientais. O processo é super simples:

1. Pegue uns 100 g de sementes, coloque-as dentro de uma garrafa PET de 1,5l e deixe de molho de 18 a 24h.

2. Drene o excesso de agua e molhe varias várias vezes durante o dia, cuidando para não ficar muita água, pois pode gerar um apodrecimento.


3. As sementes brotam a partir do segundo dia e com 4 dias já podem ser consumidas.










4. Aí é só usar sua criatividade para elaborar os pratos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Usando um celular (Samsung Omnia) como gps externo


Para ter um backup aos sistemas de navegação que tenho a bordo, conectei meu celular que tem GPS via cabo USB ao notebook rodando software de navegação (Maxsea ou Oziexplorer).


Bem simples:

1. instale no celular (Windows Mobile) o GPS2Blue, tem opção para conexão bluetooth ou TCP/IP, eu usei esta ultima. Configure a porta que o GPS do celular usa e selecione ON.





2. no notebook instale o HW VSP
  • Em Settings selecione "TCP Server Mode" e desmarque "NVT Enabled".
  • Em Virtual Serial Port insira em Port Name (o numero da porta a ser criada no PC para uso do software de navegação, por exemplo COM9). IP Address = 0.0.0.0 e Port = 31873.

  • Click em Create Com.
3. Execute seu software de navegação (MaxSea, Ozi, etc) alterando a porta do GPS para essa que foi criada.

Mais detalhes de como baixar os programas e configurá-los:
http://www.paludour.net/GPS2BlueFAQ.html#INSTALL
http://www.paludour.net/GPS2Blue.html

sábado, 12 de julho de 2008

Rolex Ilhabela Sailing Week - 2008

Este ano estive compondo a tripulação do veleiro Absoluto, um Benneteau 40.7. Ficamos em 5o. lugar na ORC internacional 600 e 5o. na classe Benneteau 40.7. Um bom resultado levando-se em conta que era a estréia do barco com essa tripulação num grande evento.


Foram 7 dias de excelentes regatas, tempo muito bom e de muito aprendizado. No ano passado, boa parte da tripulação estava a bordo do Avohai, um Delta 32, quando ganhamos o Campeonato das Classe, e as diferenças entres os barcos são gritantes. Tudo é muito maior, o que exige da tripulação um esforço físico muito grande.











Mais fotos aqui

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Resumo da viagem




O Veleiro Beneteau Oceanis 40

Pegar um veleiro zero e sair velejando por meio mundo é complicado... Tivemos muitos problemas com as velas, com falta de bateria, com adriça do grande sendo cortada por cantos-vivos no mastro, etc E como fez falta um pau de spinnaker, balão então nem se fala...

Na parte de conforto o barco é 10. Geladeira muito boa, pouco consumo e ótimo rendimento. As cabines são bem espaçosas. Muitos armários e a cozinha bem funcional. O banheiro amplo, com box para um banho bem confortável.

O motor Yanmar 3JH4E bem dimensionado para a embarcação, muito econômico, em regime de força a 2200 rpm estava fazendo 2 litros/hora.

O desempenho velejando não foi dos melhores, acho que estava armado com pouca área vélica, com genoa 3. Num vento de través de 25 nós o barco estava andando somente entre 7 e 8 nós.

A rota

arquivo da rota para ser aberto no Google Earth, baixe aqui

















A Viagem

Foram 35 dias de viagem. Quase 4.800 milhas (8.900 Km). Cinco países.
Emagreci 6 Kg, nem tanto por esforço, mais por mudança nos hábitos alimentares, beber menos cerveja também ajudou... ;)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Fernando de Noronha - Salvador

Esta minha última perna seria de aproximadamente 670 milhas (1300 Km). Mal suspendemos a âncora e já colocamos na água as linhas+iscas para tentar pescar algo. Afinal se não pescássemos em Noronha não iríamos pescar em lugar algum. Depois de muitos ataques de pequenas barracudas que infelizmente não conseguimos fisgar, quando nos afastamos das ilhas entrou um belo bonito que virou um gostoso sashimi e um cozido no vapor enrolado no papel alumínio.

Nesse primeiro dia o papo girou em torno do filme que vimos na noite anterior. Aliás nossos papos a bordo sempre foram muito bons, animados e de alto astral. Isso foi essencial para manter um ótimo ambiente a bordo.

Esse trecho fizemos em 4 dias, a maior parte velejando, com mar calmo.
A pescaria teve boa, apesar de ter conseguido embarcar somente um bonito e uma cavala, mas tivemos boas brigas - perdidas - com dourados e até com um tubarão de cerca de 1,5m.

Teve uma noite que observamos uma fosforescência muito diferente na água. Saiam por debaixo da popa do barco umas bolas brilhantes que logo "explodiam" liberando uma quantidade de luz incrível... nunca tinha visto nada parecido... e em meio essa fosforescência vieram alguns golfinhos nadando ao redor e eles pareciam torpedos de luz, riscando o mar escuro.

Tinha trazido a bordo e era para ser montado antes, mas somente nesse trecho deu pra fazer. Montei um CD-Sextant. Tinha visto um how-to na internet e juntei algumas peças de lego, cortei 2 espelhos e acabou que deu pra montar. Tiramos algumas alturas na passagem meridiana do sol e como exercício foi legal, mas ainda tenho que dar uma aferida nele.

A boa notícia que o Bob recebeu por telefone foi que o dono e 2 amigos embarcariam em Salvador. Estava resolvida a questão...
Na penúltima noite passamos por um campo de exploração de petróleo, entre dois navios-plataformas. Nos chamaram no rádio alertando para que mantivéssemos uma distância mínima de 500 m das instalações. Pessoal gente boa, ainda puxaram um papinho querendo saber o que estávamos fazendo, ofereceram ajuda caso precisássemos, etc...

Por volta das 13 h do dia 14 de novembro avistamos o Farol da Barra de Salvador. A viagem estava chegando ao fim, com um sentimento bom de missão cumprida e de ter conseguido realizar um sonho antigo de fazer uma longa viagem de veleiro.

Às 16h encostamos no pier da Bahia Marina e a minha mais longa (até agora) velejada chegou ao fim...

sábado, 10 de novembro de 2007

Fernando de Noronha



A última e única vez que havia estado em Noronha foi em 1986 e já esperava que muita coisa houvesse mudado. Naquela época havia somente uma pousada na ilha e somente um vôo comercial por semana. Tenho ótimas lembranças daquela viagem, tudo era permitido, nadar com os golfinhos, caminhar livremente por toda ilha e a camaradagem sem interesse comercial dos ilhéus. Isso tudo deu lugar ao "progresso", ao xiitismo ecológico que proibe tudo e ao interesse comercial desenfreado...




Mas apesar disso tudo Noronha continua bela... pelo que consegui ver nas 18 horas em que lá permanecemos.
Nessa manhã acordei com um bando enorme de golfinhos rotadores dando grandes saltos em volta do barco, ficaram um tempão. Um comite de boas-vindas e tanto...


Chegamos na ilha nadando. Não tínhamos inflável e não tivemos dúvida em mergulhar naquelas águas límpidas e nadar até a praia. Fui meio me "arrastando", pois levava às costas uma bolsa impermeável com nossas roupas e dinheiro. Fomos direto para os mercadinhos, de ônibus circular... e após devidamente abastecidos de frutas, verduras e outras comidas pegamos uma carona de volta para o veleiro e iniciamos o que seria minha última perna dessa travessia. Eu iria desembarcar em Salvador e estava preocupado em arrumar um substituto pois não gostaria de deixar meu parceiro sozinho nessa viagem, apesar de ter acertado isso já antes de ir para a França.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Mindelo ( Cabo Verde) - Fernando de Noronha



Esse seria o trecho mais longo de nossa travessia, cerca de 1.200 milhas (2.200 Km). Levamos 10 dias.
A saida foi com bastante vento e ondas. O canal que existe entre as duas ilhas afunila o vento e faz crescer o mar. Saimos velejando só de genoa com ventos entre 27 a 32 nós com velocidade de 8 a 10 nós e logo já estávamos ao largo nos afastando do último pedaço de terra avistável até o Brasil.
Eu estava não mareado, mas com o estômago pesado por conta de um sanduiche de carne que tinha comido no café da manha num boteco no centro da cidade. O barco estava todo abastecido de água e diesel (400l) o que pela nossas contas seria suficiente para chegarmos em Noronha caso tivéssemos que motorar por cerca de 7 dias, o que seria improvavel, já que a previsão de tempo indicava bons ventos em rota.
Na noite anterior tínhamos pego a previsão de tempo e planejado a travessia com ajuda inclusive de um software que contém as cartas piloto o Visual Passage Planner


Como tínhamos encontrado com outro veleiro que ia seguindo para Noronha, combinamos de velejar perto, mantendo contato pelo rádio. Mas um dia depois de nossa partida perdemos o contato até nos encontramos novamente em Fernando de Noronha.
Desses 10 dias motoramos 4 dias, 2 desses em contra-vento, ai tudo fica mais dificil a bordo, barco bate muito nas ondas e a navegada é bem desconfortavei, muito adernado.
Em rota tivemos também por várias vezes pancadas de chuva com vento de cerca de 30 nós o que nos obrigava a arribar um pouco para não forçar o equipamento.


Cruzamos a linha do Equador no dia 07/11 às 19:40, o evento foi devidamente festejado, com direito a bolo e vinho branco. Um pouco antes tínhamos avistado um bando de baleias-piloto e por sorte o Bob notou a adriça do grande quase se rompendo, o que consertamos na hora... Acho que só o fato de termos entrado no hemisfério sul já mudou o nosso humor e também tínhamos mudado o rumo já direto para Noronha, com o barco menos adernado, mais arribado, a navegação parecia outra.
Conforme íamos nos aproximando de Noronha, a ansiedade ia aumentando. Eu particularmente estava querendo chegar no dia 09/11, era aniversário de meu filho Gustavo e queria lhe telefonar. Aliás a saudade da família e dos amigos era muito grande. Nunca tinha ficado tanto tempo isolado da família.






Nessa perna a pescaria foi fraca, nenhum peixe e ainda perdemos várias iscas. Mas vimos animais interessantes, um cardume de atum ou bonito navegou conosco um dia inteiro ao redor do barco, vimos uma tartaruga enorme, um bando de baleias-piloto e o mais engraçado foi quando numa noite, ao assumir meu turno, subi e em cima do dog-house tinha um atoba dormindo que meu deu um susto danado, ver aquela coisa preta voando na minha cara...


Depois da passagem do equador ainda foram dois dias de velejada até Noronha, chegamos na noite do 09/11, ainda a tempo de cumprimentar meu filho pelo aniversário. Fundeamos perto do quebra-mar por volta das 20h e ai fui fazer um almoço/jantar que saboreamos junto com minha ultima garrafa de vinho francês...

Finalmente no Brasil, um mês depois de nossa partida da França. Nessa noite assistimos What the bleep do we know, um filme cabeça, sobre física quântica, metafísica, universos paralelos, que foi motivo de altas discussões no dia seguinte...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Mindelo - Cabo Verde


Mindelo é uma cidade pequena, deve ter uns 40.000 habitantes. Mas ao contrário do que esperávamos, encontramos de tudo. Abastecimento de diesel e água foi bem tranquilo num entreposto de pescado. E pela manhã acabamos indo para a marina que estava recebendo uns 40 veleiros de um rallye que vai a Gâmbia, Salvador, Fernando de Noronha, Belém e Santarem.
Demos entrada no barco na Capitania sem maiores complicações e aproveitamos o dia para fazer algumas manutenções a bordo, trocar o óleo do carter, reforçar proteção nas cruzetas, etc...

Como sempre nossa estada em terra também foi bem rápida, ficamos cerca de 36h. Depois de fazer as compras e acessar a previsão de tempo, já estávamos prontos para iniciar a travessia mais longa, seriam 10 dias até o Brasill!!!! Fernando de Noronha...

Para uma travessia longa dessa, além da preparação material, o lado mental tem que estar legal, pois não é fácil ficar dias a fio pensando e pensando. Além disso tem a tripulação tem que ter muita sintonia...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Las Palmas de Gran Canárias - Mindelo (Cabo Verde)

Saímos na madrugada do dia 23/10, para esta perna de 900 milhas (1.670 Km) que fizemos em 7 dias. Existiam várias dúvidas acerca de Cabo Verde, um brasileiro em Canárias nos afirmou que era necessário ter visto para entrar no país, além disso segundo os relatos de viagem de meu amigo Osvaldinho, que havia feito esta travessia alguns anos atrás, o abastecimento de água e comida era muito precário. Por conta disso já entramos no esquema de economizar água, banho somente com água do mar e com direito a 1,5l de água doce pra tirar o sal. E lavar louça também com água salgada.

Fizemos nossa rota acreditando na previsão do tempo, não colocamos nosso rumo diretamente para Cabo Verde e fomos seguindo mais próximo à costa africana, na altura da Mauritânia. Tal estratégia se revelou mais tarde, totalmente acertada. Pois iniciamos a viagem velejando, mas no segundo dia o vento sumiu e motoramos por 3 dias inteiros. E quando já estávamos duvidando de nossa decisão, entrou o vento previsto de uns 20 nós e seguimos mais 3 dias velejando de alheta (não totalmente de popa), utilizando as 2 velas.

Com a volta do vento, voltou também o balanço lateral e minhas dores no quadril retornou... tudo tem seu preço no mar... ;)

Tinha lido também no blog do Osvaldinho, que eles tinham pescado somente 1 douradinho durante essa perna toda. Aconteceu o mesmo conosco, colocamos até o nome de "maldição do Osvaldinho"...

Quando saímos das Ilhas Canárias, na manhã seguinte ouvi um barulho muito forte de turbinas de avião, só então percebi dois caças, acho que F15, fazendo manobras a baixa altura por sobre o veleiro. Acho que eles treinavam manobras de gato-e-rato...

Nesse trecho da viagem, tanto a temperatura externa quanto a do água do mar aumentaram muito. A cabine parecia uma sauna. Nunca desejei tanto uma chuva, que não veio... o barco tinha uma camada de branca de sal...todo melado... Foi um trecho também sem ver nada, à exceção dos caças, nenhum avião, nenhum navio, um silencio total no rádio. Até tentamos num radio de ondas curtas sintonizar alguma estação que transmitisse weather-fax, mas sem sucesso. Estávamos totalmente isolados...

Terminei de ler "A Pedra do Reino" e "Uma viagem para loucos" a história da primeira regata de volta-ao-mundo em solitário que foi realizada em 1968. Uma leitura envolvente, principalmente pelo fato de estarmos também fazendo uma travessia e sujeitos ao mesmo mar...

No dia 29 de outubro às 23:00h chegamos em Mindelo, capital de Cabo Verde... fundeamos ao lado de uma marina moderna que ainda não havia sido inaugurada. Logo se aproximou um nativo oferecendo seus serviços para qualquer coisa... o Bicuda... em Cabo Verde não tem muita opção de trabalho, pois o cara oferecia de tudo: água, combustível, mulheres, bebidas, etc...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Las Palmas de Gran Canárias

As Ilhas Canárias pertencem à Espanha e se situam na costa da África, aproximadamente umas 100 milhas (185 Km) do Marrocos. Ficamos impressionados com Las Palmas de Gran Canárias, uma cidade grande de uns 350.000 habitantes com avenidas largas a beira-mar, com suas ruas super bem cuidadas. Excelentes lojas náuticas. Um grande centro de compras, bem mais barato que na Europa, por conta do imposto diferenciado. Nossa estada aqui tambem foi rápida, umas 30 h, o suficiente para abastecer de diesel( aqui a 0,70 euros/litro), água, gás e comida. o Bob acabou comprando um laptop, o preço estava bom. Compramos tambem um novo inversor para os laptops, pois o comprado na França queimou. Desde a França, sempre tínhamos internet, estávamos falando com a família e amigos através do Skype Credit. Depois de adquiridos créditos, você faz ligacoes para telefones fixos e celulares e paga tarifas locais, muito útil e econômico.

Nos deparamos tambem com uma "marina"para barcos apreendidos por tráfico de drogas.

A foto ao lado só tem sentido pra quem conhece minha filha. Quando fiz a foto, foi por conta do equipamento de DJ, assunto que ela gosta. Somente de volta em Curitiba é que percebi na foto essa moça que é incrivelmente parecida com ela. Eu diria até que é ela... mistérios...

Quando abriu o escritório da marina ficamos sabendo que a mesma não tinha vaga, já que estavam chegando cerca de 200 veleiros num rallye que iria para o Caribe. Mas acabamos dando um jeito de ficar nesse mesmo pier até de noite quando iríamos partir.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Lisboa - Las Palmas de Gran Canárias











Levamos 5 dias para navegar as 700 milhas. Navegando com vento pela popa, a maior parte do tempo, de intensidade variando entre 12 a 16 nós, mar calmo e tempo bem aberto. O problema foi velejar somente com a vela grande, já que não tínhamos pau de spinnaker para armar a genoa em asa-de-pombo. Só com uma vela a navegação foi bem desconfortável, com o barco pendulando muito. Sofri muito para dormir, em vários dias precisei tomar analgésicos para a dor nos quadris que persistiu nesse trecho todo.



Apesar de estarmos o tempo todo com linhas e iscas na água, só pescamos um peixe. Um belo dourado. O sashimi de dourado é maravilhoso, o sabor, a textura e o frescor da carne deixaram saudades... Comemos ele também grelhado, com batatas na manteiga com alcaparras... tudo de bom...






Nesse trecho resolvi concluir a leitura do livro Pantaleon e as Visitadoras, do Mario Vargas Llosa, uma leitura muito gostosa e divertida, que tinha iniciado na sala de espera do aeroporto. Resolvi também encarar o "Romance d'A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta" do Ariano Suassuna. Já tinha iniciado a leitura alguns anos antes, mas acabava sempre encostando o livro de 750 páginas. Dessa vez fui até o fim, recomendo a leitura, muito interessante.

No último dia o vento diminuiu muito e precisamos motorar o dia todo. E como avistamos de longe as ilhas, ficamos na ansiedade de chegar e como demorou...


Durante este trajeto, tive muito tempo para pensar e refletir sobre muitas coisas. Sobre os verdadeiros valores da vida. Uma coisa que aprendi foi de dar mais valor às milhas percorridas e não ficar agoniado pensando no que falta pra chegar... vale com certeza uma analogia com a vida da gente... e a saudade de casa foi aumentando...

Chegamos em Las Palmas no final do dia 21/10/07, era domingo, o escritório da marina estava fechado e resolvemos ficar no pier defronte ao escritório deles...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Lisboa


Nossa estada em Lisboa foi rápida, 48 h. Além de abastecer de comida, passamos um dia atrás de uma outra bateria de serviço, o barco tinha vindo com só uma, e estava insuficiente para suportar o piloto automático, plotter e luzes de navegação. A todo o momento encontrávamos brasileiros trabalhando por lá. Achamos várias lojas de náutica que tinham de tudo, as ferragens muito baratas, mas os eletrônicos muito caros.
Em Lisboa aproveitamos para comprar também uma bandeira do Brasil, para substituir a francesa com a qual estávamos navegando desde a França. Apesar de todos os problemas que temos em nosso país, portar bandeira do Brasil no barco viajando no exterior é algo que nos dá muito orgulho. E é impressionante como os brasileiros são bem recebidos e sempre tem alguém querendo ajudar, puxar um papo.

Ainda deu tempo de rever uma amiga - Tania - que gentilmente nos levou pra dar um passeio e conhecer o Txiriboga, uma taberna basca, muito legal, de seu cunhado. Foi bem rápida nossa visita, botamos os papos em dia, bebemos algumas, comemos umas tapas deliciosas e ainda ganhamos uma lata imensa de azeitonas espanholas para degustar durante a travessia.


E com quase tudo providenciado, na tarde de 16/10 saímos da marina, vencendo a maré contra no Rio Tejo, com destino à Ilhas Canárias, distantes cerca de 700 milhas (1.300 Km).

A Europa ia ficando para trás e de certa maneira começava nossa viagem de volta pra casa...